talvez
o frio não me tenha comido as entranhas
talvez
a lista negra não mencione o meu nome
sei
a minha miopia é apenas uma distorção no espelho
saberei
ver a diferença
sabes...
**Capítulo 6: O Brilho nos Olhos**
Numa noite estrelada, Maria olhou profundamente nos olhos de André. O brilho intenso que encontrou lá fez com que ela pensasse, talvez, o frio que a havia atormentado por tanto tempo não tivesse devorado suas entranhas, talvez a lista negra que ela temia não incluísse o seu nome.
Ela estava ciente de sua própria miopia, de como via o mundo através de uma lente embaçada, uma distorção no espelho de sua mente. No entanto, naquele momento, enquanto olhava nos olhos de André, ela se perguntou se estava finalmente aprendendo a ver a diferença.
Ela sabia que havia uma linha tênue entre o medo e a coragem, entre a autocrítica e a autoaceitação. Maria percebeu que, ao longo da vida, muitas vezes nos limitamos com inseguranças autoimpostas. A lista negra que ela imaginava talvez não existisse de fato, e o frio que sentia talvez fosse apenas uma criação de sua mente.
No olhar de André, Maria encontrou um espelho que refletia não só o que ela era, mas o que poderia ser. Ela entendeu que o brilho nos olhos de alguém poderia ser um farol de esperança, guiando-a para longe das sombras de suas próprias dúvidas.
E assim, naquele momento de conexão, Maria percebeu que a miopia podia ser curada pela visão clara e pelo amor. Ela sabia que tinha encontrado alguém que a ajudaria a ver a diferença, a separar o real do imaginário, o medo da coragem. Juntos, eles navegariam pelos desafios da vida, com o brilho nos olhos como sua bússola, iluminando o caminho em direção à autenticidade e ao amor verdadeiro.